Por Dentro do Mercado
Google desiste do mercado imobiliário no Google Maps
De acordo com as declarações de Brian McClendon, Vice-Presidente da Google Maps, em comunicado oficial da empresa enviado aos órgãos de imprensa, a Google Maps não investirá mais no setor imobiliário – “Em parte devido à pouca utilização, à proliferação de excelentes ferramentas de pesquisa nos portais imobiliários e ao desafio levantado pela necessidade de substituir o Google Base API – aplicação usada para enviar os imóveis para o Google – decidimos acabar com a funcionalidade de pesquisa imobiliária no Google Maps a partir de 10 de Fevereiro do corrente ano.”
A partir desta data, não será possível encontrar imóveis através do programa e os profissionais imobiliários não poderão colocar as suas listagens no Google Base, o website de classificados do grupo. Este serviço de divulgação foi lançado em 2009 e tem estado em funcionamento nos Estados Unidos da América, Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido e Japão.
Esta decisão do Google não surpreendeu os principais nomes dos portais imobiliários. Isso pode ser percebido pelas declarações de Simon Baker, editor do propertyadguru.com, à Overseas Property Professional: “Era claro desde o início que o modelo do Google Real Estate tinha enormes desafios a superar. Os principais desafios seriam os de captar tráfego e criar um modelo de remuneração. Ao não apresentar os resultados de pesquisas na página principal do Google e ao manter estes resultados como uma “camada” do produto de Mapas, seria sempre difícil para os visitantes encontrar a área de pesquisa de imóveis”.
Esta opinião é partilhada por quase todos os especialistas consultados pelo Property Portal Watch. Segundo Pete Flint, CEO e co-fundador do motor de pesquisa imobiliário dos EUA, trulia.com, isto não é uma surpresa pra ele: “Mesmo com a enorme audiência do Google, ter listas de imóveis não é suficiente para criar uma experiência de pesquisa agradável e conquistar visitantes”.
Petra Sprekos, ditetor-geral do portal australiano realestaterview.com, afirma que “o processo de compra ou arrendamente entende-se muito além da presença numa listagem e, neste mercado, são os dados e o conteúdo com valor acrescentado que enriquecem a experiência do utilizador e os ajuda a tomar decisões. Isto o Google não oferecia”.
Alistar Helm, CEO do portal imobiliário neo-zelandês realeste.co.nz afirma que sempre foi a opinião dele de que esse setor do Google maps foi totalmente acidental, e que os consumidores nunca encontraram facilidade.
Além de todos esses especialistas, Ed Freyfogle(co-fundador do motor de pesquisa Nestoria) foi mais longe ainda, afirmando que esse era mais um exemplo de modelo de negócio baseado em listagem de imóveis gratuitas que trazem mais desvantagens do que vantagens.
“Só encoraja SPAM, falta de atualização, não gera receitas e não atrai investimo”.
Mas, apesar de todos as opiniões contra o Google Maps, Matt McGee, em um artigo publicado na internet, afirmou o seguinte:
“Parece impossível pensar que o Google vai desistir totalmente da pesquisa de imóveis – é um setor de atividade demasiado importante para o negócio de pesquisa na internet”.
Fonte: Marketing Imob |